A Gordura Visceral, também conhecida como “gordura abdominal” ou “gordura dura”, é um tipo de gordura localizada na cavidade abdominal, envolvendo órgãos vitais, como o fígado, o pâncreas e os intestinos. Diferente da gordura subcutânea, que se acumula sob a pele, a gordura visceral é considerada mais perigosa, pois está associada a uma série de problemas de saúde. Neste artigo, abordaremos, de forma abrangente, a gordura visceral, suas causas, riscos à saúde e estratégias para combatê-la, promovendo um estilo de vida mais saudável.
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Diferenças entre Gordura Visceral e Gordura Subcutânea
A gordura abdominal não é homogênea; existem dois tipos distintos: a Gordura Visceral e a Gordura Subcutânea.
Basicamente, a Gordura Subcutânea, também conhecida como “gordura mole“, é a camada de gordura localizada entre a pele e os músculos da região abdominal e a que traz menor risco à saúde. Falaremos mais sobre ela num outro post.
Gordura Visceral é o nome atribuído à gordura que desempenha o papel de proteção das vísceras (daí o termo ‘gordura visceral’). Em outras palavras, ela envolve e resguarda os órgãos do nosso sistema digestivo (fígado, pâncreas, intestino, entre outros). Vale destacar que a gordura visceral é uma componente natural do nosso organismo, porém é o excesso de sua acumulação que pode se tornar prejudicial à saúde.
No entanto, à medida que essa gordura se acumula, ela passa a ocupar os espaços entre os órgãos, envolvendo-os. Consequentemente, quanto mais essa acumulação avança, maior é o risco de comprometer o funcionamento adequado desses órgãos.
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Com o decorrer do acúmulo, a gordura dilata o espaço entre os órgãos, resultando no aumento da circunferência abdominal.
Você já ouviu falar na famosa ‘barriga de chope‘? Ela é resultado do acúmulo desse tipo específico de gordura que, ao se deparar com espaço limitado, pressiona os músculos abdominais de dentro para fora, resultando em uma barriga mais rígida. Essa firmeza abdominal se deve à diferença de rigidez entre os músculos do abdômen e a gordura posicionada por trás deles. Daí seu apelido popular: gordura dura.
As Raízes Hormonais da Gordura Visceral e seus Efeitos
A dificuldade em eliminar a Gordura Visceral está fortemente ligada a fatores hormonais. O hormônio do estresse, cortisol, desempenha um papel significativo nessa questão. Níveis cronicamente elevados de cortisol podem levar à resistência à insulina, o que favorece o acúmulo de gordura visceral. No entanto, vale ressaltar que não é o cortisol em si o vilão, mas sim o desequilíbrio em seus ritmos naturais.
Como foi dito anteriormente, a resistência à insulina é outro fator-chave no acúmulo de gordura visceral. Essa condição hormonal também contribui para a formação dessa gordura abdominal perigosa. Diante dessas complexidades hormonais, a abordagem convencional de “comer menos e se exercitar mais” pode não ser suficiente para corrigir os desequilíbrios internos.
Impacto da Gordura Visceral na Saúde de Mulheres e Homens
A dificuldade em eliminar a Gordura Visceral está fortemente ligada a fatores hormonais, que afetam mulheres e homens de maneiras distintas. Compreender como os hormônios afetam a composição corporal é fundamental para adotar abordagens adequadas para reduzir o risco e o acúmulo de gordura visceral.
Alerta para Mulheres:
Apesar de os homens apresentarem maior predisposição ao acúmulo de gordura visceral, é importante que as mulheres prestem atenção especial a essa questão. Estudos revelam que as mulheres têm uma probabilidade mais alta de enfrentar as consequências negativas desse acúmulo, incluindo doenças relacionadas ao coração, diabetes tipo 2 e inflamações. Além disso, foi observado um aumento significativo no risco de câncer de mama e câncer colorretal associado a essa gordura interna.
Nas mulheres, a transição da pré-menopausa para a pós-menopausa pode representar um período desafiador. Durante a menopausa, ocorre uma diminuição significativa na produção de estrogênio, um hormônio que desempenha um papel crucial na regulação do peso corporal e da distribuição de gordura. Essa queda nos níveis de estrogênio pode estar relacionada a um aumento da gordura visceral, uma vez que os hormônios desempenham um papel complexo na forma como o corpo armazena gordura.
Homens sob Risco:
Já nos homens, os hormônios também desempenham um papel crítico no acúmulo de gordura visceral. A testosterona, principal hormônio sexual masculino, está associada não apenas ao desenvolvimento muscular, mas também à distribuição de gordura no corpo. Níveis mais baixos de testosterona podem levar ao aumento da gordura visceral.
Pesquisas conduzidas pelo NCBI (National Center for Biotechnology Information) estabelecem uma relação direta entre o acúmulo de gordura visceral e doenças hepáticas, resistência à insulina e inflamações crônicas, independente do índice de massa corporal (IMC). Essa gordura interna está associada ao aumento do colesterol LDL, além de condições graves como diabetes tipo 2, problemas cardíacos e hipertensão.
Uma matéria de 2018 publicada no The New York Times revelou uma descoberta alarmante: o excesso de gordura visceral em homens está relacionado ao risco aumentado de câncer de próstata. Isso não se limita apenas a indivíduos com sobrepeso, mas também a homens que possuem excesso de gordura abdominal causada por essa acumulação interna de gordura.
O Papel do Estresse no Agravamento da Gordura Visceral
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Especialmente em momentos de estresse, as pessoas tendem a recorrer a alimentos açucarados como forma de consolo, o que pode agravar ainda mais o acúmulo de gordura visceral. Quando enfrentamos momentos de estresse, nosso organismo tende a liberar hormônios como o cortisol, que, em níveis elevados e prolongados, podem contribuir para o aumento da gordura visceral. Isso ocorre porque o cortisol, muitas vezes referido como o hormônio do estresse, pode estimular o apetite por alimentos ricos em açúcar e gordura, levando as pessoas a recorrerem a essas opções como uma forma de alívio momentâneo.
Esse comportamento pode não apenas contribuir para o aumento de peso, mas também favorecer o acúmulo de gordura visceral, uma vez que a ingestão excessiva de açúcares está associada a um maior risco de obesidade abdominal e distúrbios metabólicos. Portanto, compreender a relação entre o estresse, os hormônios e a alimentação é essencial para abordar eficazmente o acúmulo de gordura visceral e promover a saúde geral.
O acúmulo de gordura visceral como resposta ao estresse também está relacionado à resposta biológica de “luta ou fuga” do corpo. Quando nos sentimos estressados, o organismo prioriza o armazenamento de energia, o que historicamente era vantajoso para sobreviver a situações de escassez alimentar. No entanto, em um contexto moderno, onde a disponibilidade de alimentos calóricos é abundante, essa resposta biológica pode contribuir para o acúmulo de gordura visceral, especialmente se o estresse for crônico. Embora estejamos explorando apenas uma parte desse complexo processo, é fundamental reconhecer que abordar o estresse como um fator na acumulação de gordura visceral pode ser uma estratégia valiosa para promover a saúde metabólica e reduzir o risco de complicações relacionadas.
Como Eliminar a Gordura Visceral
Aqui estão algumas dicas eficazes para combater a gordura visceral. No entanto, é fundamental lembrar que a saúde é única para cada pessoa e deve ser tratada como tal. Sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar mudanças significativas na dieta ou atividade física, buscando uma abordagem personalizada para alcançar uma vida saudável e feliz.
✅ Alimentação Saudável: Priorize uma dieta equilibrada e rica em alimentos naturais, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras. Reduza o consumo de açúcares adicionados e alimentos processados, que podem agravar a resistência à insulina.
✅ Exercícios Aeróbicos: Pratique atividades físicas aeróbicas, como caminhada, corrida, ciclismo ou natação, que são eficazes na queima de calorias e redução da gordura abdominal.
✅ Treinamento de Força: Inclua exercícios de treinamento de força para aumentar a massa muscular. O músculo queima mais calorias do que a gordura, ajudando na perda de peso e redução da gordura visceral.
✅ Controle do Estresse: Adote técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação, ioga ou práticas de relaxamento, para reduzir a produção de cortisol.
✅ Sono de Qualidade: Priorize uma boa qualidade de sono, pois a privação de sono pode levar a desequilíbrios hormonais e aumento da gordura abdominal.
✅ Acompanhamento Profissional: Consulte um nutricionista ou educador físico para obter orientações personalizadas e um plano de alimentação e exercícios adequado para combater a gordura visceral.
É Importante Destacar Que…
Antes de embarcar em uma jornada para reduzir a gordura abdominal, é crucial adotar uma visão realista do próprio corpo. A busca por abdominais extremamente definidos nem sempre é sinônimo de saúde e pode ser inapropriada para algumas pessoas. Cada indivíduo possui um biotipo único e deve buscar um corpo saudável e equilibrado, em vez de se comparar a padrões estéticos irrealistas.
Além disso, uma aparência magra por fora não garante a ausência de gordura visceral perigosa. Algumas pessoas, aparentemente magras, podem esconder um acúmulo de gordura visceral em torno dos órgãos internos.
Conclusão
A Gordura Visceral é uma questão complexa que requer compreensão e abordagem adequada. Conhecer as diferenças entre os tipos de gordura abdominal, compreender as razões hormonais por trás de seu acúmulo e adotar uma abordagem individualizada para promover a saúde são os pilares para combater esse problema. A busca por um corpo saudável e forte deve ser guiada pela busca pela saúde geral, e não apenas pela estética. Prezar pelo bem-estar físico e mental é o caminho para uma vida plena e satisfatória.
Referências Bibliográficas
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC419497/
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2022.922931/full
https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/abdominal-fat-and-what-to-do-about-it
Brody, J. E. (2018, 11 de junho). The Dangers of Belly Fat. The New York Times.
https://www.sciencedaily.com/releases/2016/04/160425161349.htm
https://www.healthline.com/nutrition/lose-visceral-fat
https://www.healthline.com/health/visceral-fat
“Visceral Fat (Active Fat).” (2023, 25 de janeiro). Diabetes.co.uk.